Condições das vias e acúmulo de resíduos motivaram reivindicações; Secretaria de Obras reconhece falhas e promete intervenção.
Moradores do setor Adolfo Barbosa Silva, em Correntina, procuraram o Folha Corrente para relatar problemas recorrentes nas ruas da comunidade e na coleta de lixo. As queixas não são novas, mas ganharam força nos últimos dias, quando trechos sem cascalhamento e o acúmulo de resíduos passaram a comprometer a circulação de veículos e a rotina de quem vive no bairro. O cenário registrado pelos moradores mostra ruas irregulares, pontos de lama e sacos de lixo acumulados à espera da coleta.
A comunidade afirma que o serviço não tem ocorrido de forma contínua e que, após períodos de chuva, a situação se torna ainda mais difícil. Segundo eles, a diferença de tratamento entre bairros próximos e o setor Adolfo Barbosa Silva vem sendo percebida, o que motivou o novo pedido de providências.
A resposta gravada pelo secretário
Nós do Folha Corrente, levamos as reclamações até o secretário de Obras, Eclides Nunes (Nen de Quidim), que gravou um vídeo diretamente do setor para responder às críticas. A gravação mostra o secretário no trecho reclamado, comentando as condições da via e reconhecendo que o bairro não recebeu o cascalhamento recente aplicado em áreas vizinhas.
Ele afirma que o serviço será incluído no próximo ciclo de manutenção e que o setor “merece o mesmo atendimento” dado às outras regiões. Para moradores que enviaram o vídeo, a postura chamou atenção por admitir que a demanda era legítima e que havia diferença de tratamento.
A coleta de lixo também foi citada. No registro, o secretário admite irregularidades na limpeza e afirma que houve falhas na programação da coleta, prometendo reorganizar as equipes para regularizar o serviço. O vídeo, embora traga um compromisso público, não apresenta prazos definidos, o que mantém parte da comunidade em alerta.
A rotina afetada no bairro
No setor Adolfo Barbosa Silva, a rotina tem sido marcada por pequenas interrupções que afetam a vida diária. Quando chove, alguns trechos ficam difíceis de transitar mesmo para veículos maiores, enquanto motociclistas precisam redobrar a atenção para evitar quedas. Em dias de sol, a poeira substitui a lama e se espalha sobre fachadas e comércios, criando outro tipo de incômodo.
A coleta irregular de lixo amplia o problema. Sacos se acumulam em pontos improvisados, atraindo animais e deixando mau cheiro quando o serviço atrasa. Para alguns moradores, a sensação é de que o bairro permanece sempre um ciclo atrás das demais áreas atendidas pela limpeza urbana.
A Secretaria de Obras lembra que o descarte de entulho — restos de construção, móveis velhos, podas volumosas e materiais similares — não é responsabilidade do município, conforme determina a Lei Federal nº 12.305/2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece o gerador como responsável pela destinação adequada desses resíduos. A legislação orienta que o morador providencie transporte próprio ou contrate serviço particular para retirada desse material.
Ainda assim, o secretário informou que, em situações em que o entulho esteja acumulado em local indevido ou cause risco à circulação, os moradores podem entrar em contato diretamente com a Secretaria de Obras para receber orientação ou solicitar apoio pontual. Segundo a pasta, técnicos avaliam caso a caso para evitar prejuízos sanitários ou bloqueio de vias, e o atendimento é facilitado quando a comunidade procura o órgão antes que o problema se agrave.
É após essa etapa que os moradores retomam a queixa principal: a diferença de ritmo no atendimento. Muitos afirmam que o bairro cresceu, ganhou mais moradores e passou a demandar um volume maior de serviços, mas sem sentir a mesma constância das intervenções observadas em outras regiões da cidade. Essa percepção alimenta a cobrança por um cronograma mais equilibrado e previsível.
Entre cobranças e expectativa, moradores aguardam execução das promessas
Apesar das dificuldades relatadas, moradores reconheceram que a resposta do secretário ocorreu de forma rápida. A ida do Secretário Nen de Quidim ao local, ainda no mesmo dia, foi interpretada como um sinal de disposição da gestão em acompanhar de perto as demandas do setor e dar retorno direto à comunidade.
A visita não resolve de imediato os problemas acumulados, mas estabelece uma referência importante: o poder público ouviu as queixas, reconheceu falhas e assumiu compromissos diante da própria população. Agora, a expectativa dos moradores se volta para a execução efetiva dos serviços, tanto no cascalhamento quanto na regularização da coleta de lixo, conforme o cronograma da SINFRA.
Lúcio Vérnon
Jornalista formado pela PUC-GO, pós-graduando em comunicação política - editor do Folha Corrente - Coordenador de jornalismo da ASCOM
O que a prefeitura tem feito para evitar o surgimento de novos Bairros sem o mínimo de infraestrutura como essse. Atualmente é inadmissível bairros feitos de qualquer forma, sem asfalto, sem ruas e calçadas largas, além de não ter rede de águas pluviais, vou nem falar de esgoto. Tá na hora de focar nos bairros periféricos e não apenas no centro da cidade.