Por Redação | Folha Corrente
Em matéria publicada inicialmente no Jornal Correntina, a madrugada de 5 de julho de 2025, Correntina registrou dois assassinatos em menos de seis horas, ambos ocorridos no bairro Setor Dourado. O episódio acendeu o alerta sobre a escalada da violência na cidade e evidenciou a fragilidade da segurança pública no município.

Correntina, antes considerada uma cidade de clima pacato, tem enfrentado um crescimento significativo da criminalidade nos últimos três anos. Após um recuo no número de homicídios em 2022, os dados voltaram a subir. Somente nos primeiros 45 dias de 2023, três assassinatos foram registrados. A partir de então, os episódios de violência se tornaram mais frequentes, com ocorrências que incluem execuções, tráfico de drogas, roubos armados, ataques a bancos e até invasões a residências.
Em outubro de 2023, uma operação da Polícia Militar resultou na morte de um suspeito vinculado ao Bonde do Maluco (BDM), facção criminosa atuante na Bahia. Na ocasião, a polícia apreendeu mais de 30 kg de drogas, armamentos e rádios comunicadores, revelando a presença estruturada do crime organizado na cidade. Também há indícios de atuação do PCC, além de milícias rurais envolvidas em conflitos fundiários.
Falta de estrutura e ações pontuais do Governo da Bahia
Apesar da gravidade dos casos, Correntina continua sem reforço permanente das forças de segurança. A cidade não conta com companhia independente da Polícia Militar e sua Delegacia Territorial funciona com estrutura limitada. O município segue subordinado à 30ª CIPM de Santa Maria da Vitória, que atende a diversos municípios e sofre com déficit de efetivo.
Durante os anos de 2023 a 2025, o Governo da Bahia anunciou investimentos em segurança na região Oeste, como a entrega de viaturas, concursos públicos e a Operação Safra, voltada para a segurança rural. No entanto, boa parte das ações foi direcionada a municípios-polo como Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Correntina não recebeu novas bases operacionais nem aumento perceptível de efetivo.
Enquanto isso, estados vizinhos como Goiás avançaram com políticas mais firmes: instalação de novas bases, reforço no efetivo, uso de tecnologia e inteligência policial. Em Correntina, a sensação de insegurança aumentou, e os episódios recentes — como o assassinato de dois jovens no início de julho — escancaram a urgência por uma resposta mais estruturada.
Policiais locais continuam atuando com esforço, mesmo com recursos escassos. O município também tem buscado alternativas sociais, como a criação do programa “Correntina Sem Fome” e investimentos em educação, como a nova escola de tempo integral no distrito de Rosário. Ainda assim, medidas de médio e longo prazo não substituem a necessidade de ações imediatas de repressão e prevenção à criminalidade.
A cidade precisa de reforço policial, base especializada, delegacia equipada, programas de combate às drogas e ações focadas na juventude em situação de vulnerabilidade. Os moradores pedem segurança, e o Estado precisa dar resposta proporcional à gravidade da situação.
O problema do Correntineses é ficar se comparando com Goiás.
Realmente falta ações efetivas do Governo estadual, mas falta que correntina tenha representantes em Salvador. Os deputados das cidades de Barreiras, Lem e Santa Maria da Vitória, não dão a devida atenção a correntina.
Tivemos candidatos da região, mas não conseguiram votos. Talvez se Correntina paresse de ver política como time de futebol, as coisas resolvessem nesse sentido. Já a comparação é devido ser um estado e realidade mais próxima de nós, é natural que haja.
Goiás não tem uma realidade próxima a Correntina, não estou falando de distância, lá é diferente o sotaque e a cultura. E lá também tem sérios problemas, a região de Posse-go e o entorno de Brasília tem graves problemas de saúde, segurança e educação. De Anápolis para baixo é totalmente diferente